terça-feira, 17 de maio de 2011

Diretor do FMI divide corte em NY com ladrões e traficantes


 

Strauss-Kahn foi preso após ser acusado de abuso sexual contra uma camareira
BBC Brasil  

Shannon Stapleton/16.05.2011/ReutersShannon Stapleton/16.05.2011/Reuters
Dominique Strauss-Kahn senta-se no banco dos réus em tribunal de Nova York
 
Com aparência sombria e pensativa, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, ouviu em uma corte nova-iorquina que não terá direito a fiança e continuará detido.
Segundo a repórter da BBC Laura Trevelyan, que acompanhou a audiência do francês, Strauss-Kahn vestia um sobretudo preto e uma camisa clara, em contraste com os jeans e moletons usados pelos demais réus com quem o diretor do FMI dividiu a Corte Criminal de Manhattan nesta segunda-feira (16).
A juíza ouviu acusações de tráfico de crack e cocaína, de roubo e de violência e concedeu fianças, até que chegasse a vez de acompanhar o caso de Strauss-Kahn.
Ele está preso desde o sábado acusado de agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro. Seus advogados negaram as acusações.
O diretor-gerente do FMI posou sem sorrir para o fotógrafo oficial da corte, enquanto jornalistas anotavam cada detalhe de sua aparição judicial.
Pouco antes de sua audiência, ele foi levado da corte e, quando a porta da sala se abriu, os repórteres puderam ver a cela onde ele ficou detido. Não é um cenário comum para um membro da elite econômica mundial, cuja instituição empresta dinheiro a países em crise.
A única semelhança entre a audiência desta segunda e as conferências das quais Strauss-Kahn está acostumado a participar são as câmeras fotográficas e de TV como testemunhas dos desdobramentos.
Impassível
O diretor-gerente do FMI se manteve impassível enquanto ouvia os promotores dizerem que a suposta vítima fez uma detalhada descrição das acusações e que exames hospitalares até então confirmavam a história dela.
Strauss-Kahn também ouviu atentamente quando promotores sugeriram que aquela não era a primeira vez que se questionava o comportamento sexual dele.
Os promotores argumentaram, ainda, que a maneira como Strauss-Kahn tentou sair dos EUA, no sábado, mostra que ele estava com pressa de voltar à França - e que, portanto, deveria permanecer preso sem direito a fiança.

Strauss-Kahn foi detido no sábado à tarde, quando já estava sentado na primeira classe de um avião da Air France prestes a decolar para Paris.
A defesa insistiu que Strauss-Kahn não estava tentando fugir e que nem tentaria fazê-lo se recebesse direito a fiança, já que o diretor do FMI tem interesse em limpar seu nome.
Mas a juíza Melissa Jackson decidiu mantê-lo preso até a próxima audiência, em 20 de maio.
Possível álibi
Os advogados de defesa expressaram decepção pela decisão judicial e disseram que a briga contra as acusações de agressão sexual está apenas começando.
Strauss-Kahn, que era aguardado nesta semana em reuniões-chave sobre as crises de dívida em países europeus, passará seu tempo em vez disso sob custódia da Justiça nova-iorquina.
Na corte, começaram a surgir especulações sobre qual o álibi que a defesa apresentará para Strauss-Kahn. A pessoa com quem ele almoçou no sábado deverá confirmar que ele não pretendia fugir dos EUA, dizem seus advogados.
Seria essa pessoa a filha de Strauss-Kahn, a qual vive em Nova York? A dúvida será solucionada nas próximas semanas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário