terça-feira, 3 de maio de 2011

Cerco se fecha para loira caloteira


 
Acusada de matar o próprio pai também estaria envolvida em tráfico internacional de crianças; PF entra no caso
Publicado no Super Notícia em 03/05/2011

Uma jovem loira, bonita, de classe média alta e acusada de encomendar o assassinato do próprio pai para ficar com R$ 1,2 milhão do seguro de vida. Esse é o perfil da estudante de direito Érika Passarelli Vicentini Teixeira, de 29 anos, que passa agora a ser investigada pela Polícia Federal por suspeita de participação num esquema de tráfico internacional de crianças.
Segundo denúncia recebida pela Polícia Civil, feita por uma pessoa próxima da família de Érika, a universitária contava com a ajuda do pai, da mãe e do irmão para negociar crianças da periferia de Belo Horizonte e vendê-las a traficantes de outros países. A polícia ainda não sabe quantas crianças teriam sido vendidas e qual o valor era envolvido nas transações. A mãe e o irmão de Érika prestaram depoimento e negaram conhecer os crimes. Eles foram liberados.
Ontem, o Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia por homicídio contra Érika. Ela teria contado com a ajuda do namorado Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, de 19 anos, e do sogro, o policial, Santos das Graças Alves Ferraz, de 47, para matar o próprio pai, Mário José Teixeira Filho, de 50 anos, depois de um desentendimento naquele que seria mais um golpe em família (Érika e o pai pretendiam forjar a morte dele para resgatar a apólice do seguro). Paulo Ricardo e o pai estão presos.
Já Érika está foragida. A polícia descobriu que ela passou o feriado de Semana Santa em uma praia do Espírito Santo. Apesar da qualidade precária, as imagens feitas de um celular, de acordo com a polícia, são mesmo da jovem assassina. O vídeo, segundo o delegado Bruno Wink, que chefia o inquérito, foi feito por uma pessoa que conhece Érika. "A semelhança é enorme, inclusive pela tatuagem que ela tem na perna", disse o policial.
Com um mandado de prisão expedido por ser apontada como mentora da emboscada contra o pai, morto com três tiros na cabeça, em agosto do ano passado, Érika aparece desinibida nas imagens. Acompanhada de um homem, bebe cerveja tranquilamente em um quiosque de praia Grande, no município de Fundão, litoral capixaba. Cópias do mandado de prisão e fotos de Érika foram distribuídas entre policiais do Espírito Santo.
No ofício encaminhado ontem à Polícia Federal, o delegado Bruno Wink solicitou que o nome de Érika seja incluído no sistema de controle de imigração para evitar que ela fuja do país.
Pai tinha extensa ficha criminal
Assassinado em agosto do ano passado, Mário José Teixeira Filho, pai de Érika Passarelli, era um homem com extensa ficha criminal e sua presença em presídios era frequente, segundo a Polícia Civil. Contrabando, formação de quadrilha, estelionato, tráfico de drogas, roubo, furto, receptação, uso de documento falso, falsificação de documento público e associação em corrupção ativa são os principais crimes dos quais ele é acusado.
De acordo com a Polícia Civil, Mário vivia de aplicar golpes e foi pego participando de vários crimes. Preso em junho de 2007, ele ficou pouco tempo detido. Passou por cadeias em Betim, Igarapé, Belo Horizonte e Ribeirão das Neves, na região metropolitana, mas ganhou progressão de pena para regime semi-aberto um ano e meio depois. Em novembro de 2008, saiu do presídio e nunca mais retornou.
Mulher perigosa e persuasiva
Uma mulher muito perigosa, persuasiva e que sabe usar o charme a seu favor. Assim a Polícia Civil de Minas Gerais caracteriza a estudante de direito Érika Passarelli. Mãe de dois filhos, ela separou do marido e deu início a um relacionamento com Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, de 19 anos, há cerca de um ano.
GolpesGraças aos golpes que vivia aplicando, mantinha hábitos caros e frequentava lojas de alto padrão de luxo em Belo Horizonte, conforme informou a polícia de Minas. O apartamento de luxo em que morava, no bairro Belvedere, região nobre da capital, pertence ao padrasto da jovem, que é médico e também ajudava financeiramente a enteada, conforme informações do delegado Bruno Wink, da Delegacia Especializada em Homicídios da capital. (RRO)

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